Memorial – Aldo Luz

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Por Cesar Seara Neto

Nossa memória é construída através de símbolos, invariavelmente ligados aos nossos cinco sentidos.

Existem símbolos que fazem parte de nossa memória, mesmo sem que tenhamos percebido este registro, mas num momento qualquer, devido a um som, uma cor, um cheiro, um sabor ou uma textura, de forma despretensiosa, um turbilhão de emoções toma conta de nós.

O Clube de Regatas Aldo Luz inaugura na data de hoje, 23/06/2022, às 19h, seu merecido e destacado Memorial, construído com todo esmero, dedicação, enaltecendo o verdadeiro valor de uma instituição.

Foi este o primeiro Clube de Regatas que tive contato, com meus seis ou cinco anos de idade, estive com meu pai para assistir a uma regata na antiga Florianópolis, quando ainda era ligada ao continente, apenas pela imponente e quase secular Ponte Hercílio Luz. O aterro da Baía Sul ainda não havia engolido estas águas onde as regatas ocorriam.

Talvez tenha se passado uma década, quando eu comecei a remar no Aldo Luz, desta vez na garagem atual, já com o aterro construído, mas símbolos da minha memória estavam escondidos em algum lugar. Hoje em dia me dou conta disto.

Quem não se lembra do seu passado, não pode vislumbrar seu futuro, não sei se esta frase é de algum autor conhecido ou desconhecido, mas é constituída de muita verdade.

André Arthur Dutra, hoje presidente da Federação de Remo de Santa Catarina, fez uma exaustiva pesquisa em jornais e documentos para resgatar a história do Aldo Luz, quando escreveu o livro que comemorou o primeiro centenário do Clube.

Ele cita uma palavra ao percorrer toda a história de glórias e conquistas, que pouco damos importância, mas que foram fundamentais a instituição: os ANÔNIMOS. Talvez sem estes inúmeros anônimos, não fosse possível escrever esta crônica no dia de hoje.

Parabéns a Diretoria do Clube, aos aficionados e todos que de certa forma contribuíram para a construção deste Memorial, tão necessário, mas graças ao André, que pesquisou a fundo esta maravilhosa história, permitindo que a ideia tenha se tornado algo concreto, capaz de atuar nossos sentidos, provocando em nós, fortes emoções.

Sady Cayres Berber e seu eterno sorriso, no ano de 2014, quando iniciaram a restauração de troféus, o início do memorial


2 comentário

André Dutra · 23 de junho de 2022 às 10:48

Seara, obrigado pelas palavras. O remo sempre foi feito por anônimos ou conhecidos, o registro do momento dirá… mas uma certeza é absoluta, a de que todos que passaram pelas garagens destes clubes não só do Aldo Luz, mas de todo o Brasil, são abnegados em levar aos outros o “bem comum” e mostrar que o esporte é feito de grandes valores que cultivamos não só naquele espaço, mas para toda a vida. Forte abraço!

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