Coincidência ou Destino

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

Há quem não acredite nas coincidências que a vida nos prepara. Há quem acredite que somos nós que construímos estas coincidências. Na quinta-feira dia 04 de agosto, fizemos mais um encontro entre Norte e Sul, num divertido e emocionante bate papo entre Novatos, com o tema: Como o Remo mudou nossas vidas. A partir desta data, os próximos encontros entre regiões, terão este título como mote.

Durante o encontro, descobri que os dois atletas Abrahão e Irryee, vieram do boxe, mas foi no remo que encontraram seu verdadeiro esporte.

Deixarei para que os leitores tenham a mesma emoção que tive, e assistam ao vídeo, onde Michele, mãe do Irryee e Abrahão, descrevem as mudanças que o Remo proporcionou e ainda proporciona a eles. Simplesmente, sensacional, bordão que peço emprestado sem autorização ao @clubedobasquetepodcast .

No próximo sábado, dia 13 de agosto, teremos mais uma etapa do Circuito de Velocidade promovido pela REMOSUL, no Parque Náutico Alberto Bins, quando faremos mais uma transmissão AO VIVO.

Ontem, sábado, dia de treino especial, que começou e terminou melhor ainda. Estou escalado para participar da dificílima prova do Double Skiff Master “E”, nesta Regata, mas o professor João me convocou para remar na proa de um Oito, com quatro atletas júnior, alguns ainda “B” e juvenil, os outros quatro atletas da categoria Master.

A água estava perfeita para o treino, com uma brisa muito leve, fria, mas não ao ponto de tornar a batalha aquática sem calor. No outro barco, Oito Misto, em seu elenco as poderosas remadoras do Dois Sem Peso Leve, Isadora e Luana[1], outros atletas sêniores, e um júnior. (Não se esqueçam de contribuir e compartilhar a Vakinha).

Quem é remador sabe, que sorrisos somente na rampa, dentro d’água o pau quebra! E assim foram vários tiros coordenados pelo nosso coach, acompanhado na lancha por um dos novos mascotes do GPA, o simpático Oliver. Quem souber o resultado da peleia[2] comenta aqui neste post.

Quando subimos o Rio fazendo educativos, me senti novamente um menino de 56 anos, aprendendo a equilibrar um barco a oito, acompanhando os movimentos sincronizados dos companheiros, atacando a pegada com mais energia, mas deixando o barco andar.

Que beleza, ver o rastro deixado com as marcas das oito pás que de modo sério, cravavam na água, recebendo o empurrão das pernas, de remadores pendurados aos remos. Fica a promessa de quem sabe um dia, explicar como se pendurar nos remos estando estes, na horizontal.

Logo após o treino, agradeci aos meninos pela remada, agora agradeço por me fazerem sentir jovem novamente, no corpo um tanto quanto castigado, meu rosto enrugado confirma isto.

Chegando na rampa, uma enorme sabática movimentação. Barcos atracavam, barcos saíam, pessoas comentavam, atletas faziam a resenha na fria, mas acalorada manhã.

Percebi enfim que eu deveria pegar a câmera do celular para registrar um dos momentos mais esperados por mim. Gica estava indo para água, nossa assistente de bastidores e de palco, assumindo novamente o protagonismo da cena.

Há que se fazer uma menção honrosa a ela, pois ir para a água, significa vencer uma fobia, um verdadeiro pavor, e aqui está a #historiasderemador que medalhas não são capazes de contar. Eu me diverti muito de forma silenciosa e emocionada, ao vê-la travando uma batalha interna entre mente e corpo, fazendo com que os palitos que estavam nas suas mãos, escrevessem uma trajetória dentro da água capazes de propulsionar o barco para frente.

O silencioso Professor Donádio, companheiro de barco no último Sul Americano, econômico nas palavras, foi fundamental para passar confiança à aprendiz que vencia remada a remada, suas fobias, buscando palavras e frases certeiras. Na rampa, ao lado do professor, Renata, a irmã preocupada com a caçula, tentava auxiliar com palavras, mas sabiamente orientada pelo nosso coach João, o princípio básico do Remo, o comando e voz, somente cabe a uma pessoa, timoneiro ou técnico na escala hierárquica.

No vídeo a ser editado em breve, exaltamos os principais momentos do brilhante feito da Gica, lógico que sou muito suspeito para me manifestar a respeito dela, mas posso dizer que foi uma das suas maiores vitórias durante estes quase vinte anos que a conheço.

Para ver se estou a me comunicar de forma assertiva através destas Histórias de Remador, aguardo sua resposta nos comentários da pergunta: ela subir no barco é uma coincidência ou acaso do destino?


[1] https://www.vakinha.com.br/vaquinha/vakinha-mundial

[2] Na fronteira do Rio Grande do Sul significa briga, luta, disputa.

Categorias: Crônicas

13 comentário

Acácio Mund Carreirão · 7 de agosto de 2022 às 18:52

Parabéns à Gica pela determinação!!!!

    Gilberta Ferreira da Costa · 7 de agosto de 2022 às 21:21

    Obrigada

    historiasderemador · 7 de agosto de 2022 às 21:23

    Ela é guerreira

    Dilermando Cattaneo da Silveira · 8 de agosto de 2022 às 08:06

    Ela subir no barco (e conseguir remar) é uma vitória de vocês dois.
    Nem acaso, nem destino, é o remo mostrando sua magia e encanto.

      historiasderemador · 8 de agosto de 2022 às 17:48

      A vitória é dela. Foi ela que decidiu subir no barco. Eu apenas filmei, me diverti, me emocionei.

Sandra Regina da Silva Cayres Berber · 7 de agosto de 2022 às 19:04

Uma vitória para Gica, e felicidade para o Seara Neto, que pode desfrutar deste momento! Parabéns aos dois, neste acaso do destino!

Joaquim Correa · 7 de agosto de 2022 às 19:14

O universo de Histórias de Remador se expande continuamente, mas agora teve uma estrela de primeira grandeza desafiada e que derrubou o maior obstáculo: o medo.
Parabéns à Gica e para ti, bom amigo Seara Neto, que a incentivaste e a colocaste num lugar que tantas alegrias te dão e darão.
Crônicas semanais essenciais para olhar para vida remando ou só observando para aprender a remar.
Uma excelente oportunidade para dar uma porrada gigantesca na passividade que os anos vão conduzindo.

    historiasderemador · 7 de agosto de 2022 às 21:39

    Tu poderias escrever uma crônica para nós sobre as Histórias de Remador, visto aos olhos de quem não é do Remo. Fica aqui o desafio
    Grande abraço amigo

Ana Vida · 7 de agosto de 2022 às 19:15

Na minha opinião é o “destino” que a própria Gica está traçando. Parabéns, Gica, por ter dado um passo a mais na vitória contra o medo da água. Agora, só vai… ninguém segura, nem o medo.👏🚣

Paulo Damian · 7 de agosto de 2022 às 19:53

Que beleza, ver o rastro deixado com as marcas das oito pás!!🙌

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