Por que o Remo Master é um Sucesso?
Por Cesar Seara Neto
Posso iniciar minha argumentação respondendo que é devido a quantidade de pessoas que o praticam, mas de acordo com as técnicas utilizadas para análises de problemas, posso dizer que a quantidade é uma consequência do sucesso, ou um indicador do sucesso.
Vou tentar analisar um remador Master, que na minha humilde opinião se resume em duas categorias:
- Os que foram fisgados quando jovens;
- Os que foram fisgados quando adultos
Na categoria 1, ainda subdivido em duas:
- Os que nunca pararam de remar
- Os que viram os amigos teimosos remando e não conseguiram se conter, retornando ao vício.
Já temos bastante itens para analisar nossa questão inicial, mas ainda assim, são necessários mais porquês a respeito de cada uma das categorias e subdivisões, até que cheguemos na Causa Raiz, ou no plural, Causas.
Eu diria que os que nunca pararam de remar, são os casos mais sérios sob o aspecto da análise do vício, e com certeza, o mais difícil de responder.
Como alguém em sã consciência se acorda cedo para treinar horas, quilômetros, fazer calos e bolhas na mão, na maioria das vezes, escondidos dentro d’água, e ainda assim, o faz, mesmo após o encerramento de sua carreira de desportista?
Acredito que a resposta é vício, mas vício é um mau hábito, algo associado a pessoas que não conseguem se controlar ao uso de uma substância ou de uma prática considerada ilegal, ou imoral. Remar é uma prática ilegal ou imoral? Muito pelo contrário, remar nos dá saúde, disciplina.
Agora complicou, ao explicar que algo pode ser considerado como vício, na verdade é um bom hábito, mas o que nos leva a praticar este esporte, é justamente o inexplicável, quase um dogma, ou algo associado a religião, fé ou crença, enfim, a verdadeira causa para isto tudo é PAIXÃO, ou pelo menos, a principal.
Voltemos a pergunta inicial sobre o sucesso do Remo Master, na verdade, a pergunta deveria ser sobre o sucesso dos EVENTOS do Remo Master, basta ver os Encontros Sul-Americanos e Mundiais que ocorrem com quinhentos competidores na América do Sul e quase seis mil nos Mundiais.
Aqui eu começo a ser redundante e a argumentação perde força, pois as quantidades indicam o sucesso, e não significa que o sucesso depende da quantidade, mas acredito que a grande diferença em relação ao esporte Olímpico, se resume a pessoa física e pessoa jurídica. Enquanto o Master é pago diretamente pelos praticantes, o Olímpico, ou de alto rendimento, é pago por entidades, Clubes, Federações e Confederações.
Na conversa que tive com os organizadores do XXV Encontro Sul-Americano, para conhecer os bastidores do segundo evento deste naipe que participei, estes questionamentos relatados acima, vieram à minha cabeça.
Desde que retornei a remar em 2019, após longos trinta e três anos de total ausência e abandono ao Remo, me deparei com esta boa e má notícia ao mesmo tempo: a quantidade de remadores Master aumentou significativamente, mas isto ocorreu somente nesta categoria, os atletas com chance de participar de Olimpíadas, diminuiu assustadoramente, e desde maio de 2020, com a chegada da pandemia, passei a tentar contar as minhas Histórias de Remador, que medalhas, troféus e súmulas de regatas não conseguem contar, para contagiar as pessoas e trazer mais praticantes para o nosso esporte.
Se você percebe alguma oportunidade de ação a ser desenvolvida, comenta aqui.
Para te dar mais subsídios e ideias assista ao vídeo sobre o Sul-Americano Master com os organizadores do evento e o bate papo com Thalita Rosa, campeã brasileira de Skiff Peso Leve, categoria Sub23, sobre as ideias que ela tem, aliás, muitas outras pessoas pensam de forma semelhante a ela.
2 comentário
Claudio N Abaurre · 20 de maio de 2022 às 16:26
O evento foi muito bem administrado. Duça e Sapatão estão de parabéns!! Paraguai não tinha partidores, as bóia de 250, 500, 750 e 1000 eram dessas de brinquedo de criança. Funcionou! SP foi muito profissional. Espero vocês no Rio para umas remadas e uns chopps
historiasderemador · 20 de maio de 2022 às 23:39
Certamente nos encontraremos dentro e fora d’água!!! Abraço Claudio