Riachuelo ETERNIZA seu Presidente
Transcrição do texto que a família escreveu na cerimônia em homenagem a seu Presidente Leonel Euzébio de Paula Neto, falecido em 19 de abril de 2021.
Sobre o De Paula
Bom dia a todas e todos!
Primeiramente, gostaria de agradecer a presença de todas as pessoas que aqui estão (e àquelas que nos acompanham neste momento à distância, seja pelo simples e puro pensamento e em intenções, ou pelo complexo modo tecnológico, virtual e remoto). E também agradecer especialmente ao centenário Clube Náutico Riachuelo pela cessão de seu espaço e pela organização da cerimônia de deposição das cinzas do homem que, em vida, se chamava Leonel Euzébio de Paula Neto (e que muitas pessoas o conheciam simplesmente como o De Paula, fosse no IFSC, no antigo Rallye Clube, e aqui mesmo, nesse clube).
Para nós, da família, ele era o Pai (como minha mãe, eu e meu irmão o chamávamos), ou o Néô (como a mãe e a irmã o chamavam), ou o Lelé (como a avó materna dele o chamava).
Quaisquer formas utilizadas para o chamar, ele atendia. E, em vida, essa era uma das características mais marcantes dele: solícito, não se negava a ajudar (e, mais que isso, sempre se preocupava em atender, o melhor possível, a quem dele precisasse).
Nascido em Florianópolis, teve João Leonel de Paula e Ely Pessoa como seus pais. Foi no dia 02 de fevereiro de 1953 que os olhos azuis de Leonel se encontraram, pela primeira vez, com o mundo em que ainda estamos e no qual ele viveria, até o dia 19 de abril de 2021.
Quem nasce no dia 02 de fevereiro – assim dizem… – é do signo de Aquário, é guardado por Nossa Senhora dos Navegantes, e é protegido por Yemanjá.
Sua trajetória de vida o permitiu construir uma família, que sempre esteve unida diante das dificuldades (que não foram poucas), e muitas foram as pessoas que socorreram ao meu pai (e a nós) em tempos dificílimos. E a cada uma delas, temos imensa gratidão, como igualmente somos devedores a todas as pessoas que, preocupadas com o reestabelecimento da saúde dele, se colocaram em situação de oração, de mentalização, de prece: não haverá jamais dinheiro no mundo, capaz de pagar tamanha demonstração de solidariedade para com nosso amado Leonel.
Faz-se necessário que agradeçamos muitíssimo a todas as pessoas que compuseram as equipes de saúde, e cuidaram de nosso amado Leonel, durante período tão delicado e crítico, desde antes da internação na UPA Sul da Ilha, no dia 15 de março, passando pela Unidade COVID, a UTI COVID e a UTI CORONÁRIA, do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, do Hospital Regional de São José: muitos foram os nomes que tivemos contato, e outros
tantos foram aqueles que nem tivemos conhecimento de seus nomes, mas todas e todos fizeram o melhor em prol daquele que lutou pela sua própria vida por 1 mês e 4 dias, em meio a uma pandemia.
Temos de considerar que fomos privilegiados, nesse catastrófico contexto: no meio de uma pandemia, nos foi permitido a mim e a minha mãe visitá-lo na UTI, em seus últimos momentos de vida; e também de realizar os ritos fúnebres do velório (quando muitas pessoas não tiveram sequer a chance de realizar alguma dessas ações). Cumpre-se também, entendido como natural, o doloroso rito de serem os filhos o amparo dos pais em suas velhices, até a realização de digno enterro, e não o contrário: não nos esqueçamos que, nessa pandemia, por terríveis razões, inúmeras mães e pais choram prematuramente a morte de seus filhos.
Hoje, mais uma vez, temos o privilégio de depositar as cinzas daquele que foi um homem tão solícito, lembrado por tantas e tantas pessoas pela sua generosidade, ao generoso mar, símbolo de Aquário, guardado por Nossa Senhora dos Navegantes, e morada de Yemanjá. A esse mar, que não nega a vida a quem dele precise, tanto quanto aquele homem não se negava a ajudar a quem dele precisasse. Leonel tinha nos olhos mar e céu, e no peito a vastidão de ambos. E nesses dois lugares ele estará: e assim, estando neles, estará em todos os lugares em que pousarmos nossos olhos. E, na vastidão de nossos corações, abrigada estará sua memória.
Que o mar, gerador da vida, o receba. Que o céu, em sua grandeza, o acolha. E que no peito de cada um de nós, ele viva eternamente.
Muito obrigado!
Florianópolis, 15 de maio de 2021.
4 comentário
Antônio Farias Filho · 16 de maio de 2021 às 14:14
Nosso Eterno Presidente e Amigo DEPAULA, fará muita falta para o nosso Glorioso Riachuelo! Mas nos conforta, é que Deus o levou para cumprir missões maiores no plano espiritual!!!
historiasderemador · 17 de maio de 2021 às 11:46
Ele fez um trabalho muito importante, certamente deixa um legado que será perpetuado e multiplicado.
Renato Lisbôa Müller · 28 de agosto de 2022 às 23:06
Nosso presidente, que faleceu no exercício do seu mandato, é filho saudoso João Leonel de Paula, que também foi presidente do Riachuelo e foi timoneiro do Riachuelo. Saudade e gratidão aos dois.
historiasderemador · 29 de agosto de 2022 às 10:31
O legado da famíla De Paula se perpetua através do reconhecimento daqueles que conviveram com eles.