Mascote
Por Cesar Seara Neto
Clube ou qualquer instituição que se preze, tem sua mascote. Não me refiro a oficial, aquela que existe somente na forma de desenho, ou de uma fotografia importada da savana africana.
Mascote normalmente é um cachorro vira latas, o famoso guaipeca, na fronteira do Rio Grande do Sul é o cusco, que num passe de mágica passa a coabitar nosso meio, de forma silenciosa, se permeando em nossas conversas, na maioria das vezes na esperança de um agrado para seus famintos estômagos.
Frequentar uma garagem de remo é uma experiencia ímpar. A fauna que conhecemos dentro d’água e a que frequenta os vestiários, é a mais ampla possível, não se limita a peixes como Cocoroca, Corvina, ou aves com seus voos rasantes em busca destes peixes para seu alimento, encontramos também equinos, muares, bovinos, galináceos e por aí afora.
Há que se estar atento aos roedores que sorrateiramente e quase sempre de forma invisível, subtraem os alimentos guardados com tanto cuidado, e que deveriam sustentar as calóricas dietas dos atletas.
Com o devido e merecido respeito a TODAS as garagens de Remo, nenhuma das que eu conheço, se iguala ao GPA que tem como mascote uma lontra.
É fato que ela não se dá ao luxo de conviver nas rodas de conversas após os treinos, em cima da rampa, seu local preferido, mas inúmeras vezes quando a garagem permanece com as portas fechadas para treinos somente na academia, ela dá seus shows, deslizando nas ripas de madeira aclimatadas com as águas do Rio.
Foi a primeira vez que vi ao vivo este animal, de certa forma pequeno, muito similar a uma foca, entretanto, esta não bate palmas e não equilibra bolas como nos circos. Mas ela desperta a curiosidade de todos que a veem. Aos que ainda não viram, fica o convite para tentar contemplar a dança rasteira da lontra.
Bem no início dos relatos das Histórias de Remador, salientei a alegria que o Remo Master nos proporciona, permitindo que os rotundos corpos, outrora atléticos, se encontrem dentro d’água e após os treinos, desfrutem da melhor parte: a resenha.
Numa destas conversas, um atleta que ingressou no esporte com mais de meio século de idade, muita dedicação, ao ponto de perder peso às dezenas de quilos, trouxe à baila a mascote.
Os leitores que chegaram até aqui, balançarão a cabeça de forma afirmativa que estão curiosos, até eu que escrevo, estou a balançá-la. Esta mesma curiosidade dominou o bravo remador, indagando de forma despretensiosa:
– Mas de onde será que ela veio?
Outro distinto remador, de família tradicional no Remo, já tendo inclusive, participado de alto cargo diretivo na REMOSUL (Federação), aproveitando o ronco de um avião que fazia o procedimento de pouso em direção ao Aeroporto Salgado Filho, simplesmente olhou para cima.
Obs.: esta crônica foi escrita a pedidos do indagador.
4 comentário
Toninho Naco Farias · 17 de julho de 2022 às 13:00
Parabéns Neto pela Crônica do Mascote!
No Riachuelo início deste século apareceu um cachorro que era simpático a todos, frequentava o Clube dioturnamente e foi apelidado de Boreste.
Hoje temos um Mascote mais querido que interage de uma forma impar com todos que circulam no Clube, é o nosso JOÃZINHO, filho do nosso Treinador Capi e da nossa Remadora Giseli!!!
historiasderemador · 17 de julho de 2022 às 13:32
O João é hors councur
Enio Ferreira · 17 de julho de 2022 às 13:06
Texto sensacional. Parabéns
historiasderemador · 17 de julho de 2022 às 13:31
Faltou a pijareva