Adrenalina eletrizante

Publicado por historiasderemador em 24 de fevereiro de 202324 de fevereiro de 2023

Por Cesar Seara Neto

A cena começa com Pedro Crossrowing Pizarro, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, numa manhã de fevereiro, sol na cabeça, celular na mão, em cima de uma bicicleta elétrica locada com a marca de um dos maiores bancos, cujo nome é ocultado, pois ainda não nos paga patrocínio, mas você já sabe a quem eu me refiro.

O que importa mesmo, não é falar do remo em si ou de um possível patrocínio, mas da transmissão amadora, que o Pedro fez. Amadora como diz Ana Helena Puccetti, de quem ama o esporte.

O trabalho desenvolvido pela Crossrowing em Brasília, merece nossos aplausos. Irmãos Pizzarro e família, vivem dia e noite seu negócio, de forma apaixonada. Agora colhem frutos com as remadas da menina Lara, atleta Sub23 a partir deste ano de 2023.

Fiz questão de escrever esta crônica, não apenas para incentivar as disputas que são o sentido do Remo, para aplaudir TODOS os atletas que se dedicam e treinam muito, mas em especial ao Pedro, por nos permitir participar e torcer pelo esporte mais belo e completo que tanto tento descrever.

Lara Pizarro, Crossrowing e Dayane Santos, Botafogo, se uniram num Dois Sem Timoneiro na última hora, para participar das seletivas. Na primeira prova chegaram na terceira posição, atrás das atletas do Flamengo, Maria Clara Lewenkopf e Milena Dias Vianna, em primeiro lugar, seguidas pela outra guarnição do Flamengo, Mariana Funari Macedo e Shaiane Ucker.

Com exceção da Milena e Dayane, as demais remadoras já estiveram no nosso canal, contando suas Histórias de Remador, e torcemos para que continuem dando show dentro d’água, como têm feito.

Na segunda prova, cuja transmissão e motivo desta crônica, Lara e Dayane conseguiram se superar, chegando na segunda posição. Maria Clara e Milena, venceram novamente.

A melhor parte da transmissão era Pedro numa conversa informal, com a plateia que torcia junto com ele pela sua sobrinha Lara, sobre a dúvida: filmar a largada e voar com duas rodas elétricas pelo passeio público da Lagoa até a chegada, ou se dirigir até a chegada antes da largada.

Seguiu os conselhos imprudentes da torcida, mas nós torcedores, queremos adrenalina, e foi isto que o Pedro nos deu.

Já na largada pede escusas a uma senhora que por pouco não teve seus pés atropelados pelas rodas da magrela energizada. Logo após, uma grávida fazia sua caminhada tranquila pela Lagoa, sendo contornada pelo guidão hábil do locutor, cinegrafista e ciclista Pedro.

O que se sucedeu foram imagens de asfalto e grama sendo devorados pela lente do seu telefone celular e uma narrativa tentando controlar a emoção, do que estava acontecendo na prova, intercaladas com trim trim da buzina da bike e muitos dá licença.

Para nossa surpresa, quando consegue chegar ao estádio e filmar o final da prova, ainda que numas imagens minúsculas e tremidas devido às mãos nervosas do tio coruja, ele solta um grito. Elas estão em segundo!

Uma sequência de agradecimentos e louvor ao Senhor foi disparada, deixando meus olhos marejados como sempre.

Após a transmissão, refeito das emoções vividas, num dos stories da Crossrowing, ele pede aos atletas que não levem a transmissão para o lado pessoal, pois ele estava torcendo para sua sobrinha, atleta do seu Clube, pedindo desculpas se tinha ofendido alguém com o que havia sido dito.

Pedro, você não deve pedir desculpas pela sua paixão ao esporte. Não deve pedir desculpas por ser autêntico, sincero e respeitoso com os seus adversários e mostrar ao vivo as suas emoções e reações devido a regata que se desenvolveu. Nós é que devemos te agradecer, por nos proporcionar momentos tão valorosos, tentando decifrar nas imagens, o que seus olhos viam, seu coração sentia e sua cabeça verbalizava através do seu sotaque do cerrado.

Quem ainda não conhece o remo, talvez não saiba o que é isto, mas quem já conhece, sabe nossa motivação, superar a si próprio.

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