Uma peruca na proa

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

Meu irmão Du, o Searinha, professor de Remo durante muito tempo, diz que a grande diferença entre as mulheres e os homens quando iniciam no esporte, é que elas estão preocupadas em aprender a remar, enquanto os homens, a fazer força. Talvez seja este um dos motivos de tanta leveza e beleza, a se admirar numa guarnição feminina.

Sou incansável em dizer, uma das maiores evoluções do Remo, desde quando parei de remar nos anos 80, foi o aumento do número de mulheres praticando o esporte.  Outra mudança positiva, foi nos barcos de remo de ponta, nós antigos somos bombordo ou boreste, hoje em dia é diferente, a gurizada já aprende a remar os dois bordos.

Tenho andado atento na rampa nos dias quando as condições de água são favoráveis para os treinos. No inverno, a preferência é para guarnições de barcos grandes.

Enquanto você leitor termina seus sonhos, repousando sua cabeça no seu travesseiro, nós incautos remadores, estamos baixando os barcos na madrugada ainda escura para subir o rio. É na ausência de luz solar, que volta e meia recebo o comando, Seara, assume a proa do Quatro Sem das gurias: Lauren Vida, Vanessa, Ana Vida e euzinho na proa. Para mim é uma honra compor esta guarnição, a minha frente, Ana, filha da minha ídola Dona Daisy. Eu me esmero, e como sempre faço o meu melhor. Antes que a incansável Fernanda Nunes, nossa atleta olímpica, diga que eu gosto de ser uma das elas que remam, porque não precisa fazer força, já vou informando, se engana quem pensa assim. As gurias passam remo! E rápido!

Já falaram em comprar uma peruca para harmonizar a guarnição, para esconder a minha careca. Se houver um levante por escrito em comentários aqui no site, quem sabe entre na minha lista de desafios, mas aviso, tem que ser MUITOS comentários com pedidos explícitos dizendo: EU DUVIDO!

No último treino que remamos juntos, faltava um tiro para completar o trabalho proposto. O professor deu um alto!

– Vanessa, troca de posição com a Ana.

A cena da eclética e habilidosa sota-proa feito uma gata de sapatilhas, caminhando por cima de espinhos, passando por cima da sota-voga, deitada no barco, ficará registrada nas nossas memórias.

Posições trocadas, prepara para o derradeiro tiro. Saímos remando, e não é que elas deram mais um show? Meteram as pás, remando bordos trocados, confirmando o que o professor previu.

PS.: O double remado com a Malu também nesta semana, merece destaque, e por isto, esperarei a inspiração aparecer para uma crônica do mesmo nível da remada.

Dedico este texto aos pais, em especial ao meu que esteve um bom período aqui conosco em Porto Alegre.

Categorias: Crônicas

14 comentário

Joaquim Ameba · 13 de agosto de 2023 às 01:15

I double dare you!

Rosângela · 13 de agosto de 2023 às 05:14

Entro no coro: duvido!!!😁

Joel Cardoso · 13 de agosto de 2023 às 07:54

Parabéns, amigo. Grande homenagem aos pais e a todas a mulheres, em ESPECIAL as praticantes desse nosso sofrido e mal cuidado REMO.

Mario · 13 de agosto de 2023 às 08:25

Não Seara. Não vai dar para encarar.

Vanessa Caldas · 13 de agosto de 2023 às 11:23

Já tô até vendo uma peruca!! #searanaproa

Carlos Bedê · 14 de agosto de 2023 às 11:35

Sou a favor da peruca. Nao sei qual tipo lhe combina. Mas pensando no grupo, harmonia é fundamental. Risos

Ricardo · 22 de agosto de 2023 às 16:12

EU DUVIDO! Mas também dou o meu estímulo. Como disse teu irmão, elas estão mais preocupadas com a técnica, então só tens a melhorar a tua!

    historiasderemador · 23 de agosto de 2023 às 07:34

    Está aumentando a lista do EU DUVIDO, mas para a peruca acontecer, tem que ter MUITO mais pedidos.

Deixe uma resposta

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BRPortuguese