Pró Remo Brasil e o mito da caverna

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Por Cesar Seara Neto

Aproveito o silêncio do feriado do Dia da Independência e a ausência de miados, para deixar a caneta correr pelo papel branco que a tudo aceita. O aroma de café quente se mistura a luz do sol que entra pela janela, clareando o ambiente úmido, numa Porto Alegre engolida pelas chuvas que anunciam a chegada da Primavera.

O Sol é a nossa fonte que nos ilumina e me permite refletir, olhar para trás e lembrar de tantas coisas boas que já aconteceram na minha vida. Quando comecei a contar as Histórias de Remador, meu principal objetivo era relembrar os fatos e causos engraçados que vivi e presenciei no Remo, em especial nas viagens e nas resenhas pós treino. Um capítulo especial há que ser contado, quando minha família se deixa contagiar pelo meu apreço, e também embarca no esporte, me refiro ao meu pai que se tornou um grande dirigente e a tiracolo, meu irmão, um grande técnico.

Eu não imaginava, embora desejasse, que esta ideia maluca, tomasse a dimensão que alcançou, mas isto se deve ao fato de eu ter seguido o conselho do André Dutra, para que as entrevistas fossem realizadas não somente com os meus amigos contemporâneos, do meu clube e adversários, mas com pessoas estranhas também. Agora percebo como devemos enxergar de forma plural a vida.

A ideia era resgatar as histórias passadas, de modo a contagiar os praticantes, em especial seus familiares, para que repetissem o que meus pais me proporcionaram, condições de praticar o esporte. Eu sei o que é acordar antes das cinco da manhã. Quem rema, também sabe. Quando percebi, eu estava tentando contar histórias que não são minhas e estão acontecendo, para de certo modo, amplia-las e permitir mais histórias futuras.

O leitor ao se deparar com a frase a seguir, encherá seu peito e se armará contra mim, mas eu entenderei sua revolta: A minha paixão pelo Remo é maior que a sua. Para tentar me reconciliar com você que me lê, concordarei quando me responder:

Não. A minha é maior que a sua.

Ao final das contas, o que está em voga aqui, é a torcida pelo Remo, e nada melhor do que citar um ente chamado Pró Remo Brasil. Esta sequência de palavras dispensa maiores explicações. O trabalho destes anônimos, merece o nosso respeito. Ali sim, profissionais de diversas áreas se reúnem em torno do seu próprio nome, nos brindando com conteúdos para lá de especiais.

Quando penso que estou sozinho a remar o meu Skiff, me lembro que o professor vive a me escalar para as mais diversas guarnições, com os mais variados atletas, experientes ou não, mas o barco é um só, e este só anda, se nós, estivermos todos juntos.

Antes que eu me finde e o leitor me questione o que o Mito da Caverna de Platão tem a ver com este texto, sugiro que ampliem sua curiosidade e leiam o original, e ao final se perguntem se o que vemos na realidade são as sombras virtuais que enxergamos, ou se desejamos permanecer dentro da caverna com os grilhões às nossas pernas?

Concluo estas linhas agradecendo a todos que trabalham em prol do Remo, no Brasil e no mundo afora. A título de exemplo, cito os perfis Elas Que Remam e Sculler Brasil, conduzidos e liderados pelos emblemáticos Fernanda Nunes e Xoxô.

Fica aqui o convite para que novos e velhos perfis ampliem e divulguem o nosso esporte para nós e de preferência, para quem ainda não o conhece.

Categorias: Crônicas

18 comentário

Acácio · 9 de setembro de 2023 às 19:16

Parabéns, Seara

É muito gratificante ler os teus textos, os quais demonstram, concomitantemente e com a mesma intensidade, tua competência na escrita e a paixão pelo remo.

Werner Günther Höher · 9 de setembro de 2023 às 19:39

💪🚣🏼‍♂️💨💨💨💨

Vera · 9 de setembro de 2023 às 20:08

Muito bem escrito Seara, somos o mito quando as portas não se elevam e ficamos a remar no fixo olhar do lago a nós esperar!

Luiz Felipe da Silva · 9 de setembro de 2023 às 20:26

Grande Seara!Parabéns pelo belíssimo trabalho que vem desenvolvendo! Grande abraço 🛶🛶🛶🇧🇷🇧🇷🇧🇷

Luiz Felipe da Silva · 9 de setembro de 2023 às 20:30

Parabéns, Seara, pelo belíssimo trabalho que você está desempenhando na divulgação do remo brasileiro! Sua dedicação em unir e falar sobre o remo para aqueles que ainda não o conhecem é admirável.

anTONIO RICARDO LANFREDI · 9 de setembro de 2023 às 22:18

Muito bom!! Cada vez melhor!!

André Dutra · 9 de setembro de 2023 às 23:19

Parabéns Seara! Essas iniciativas fazem nossa modalidade ser conhecida e principalmente praticada. Belo exemplo que temos visto com novas pessoas da comunidade do remo e que tem trazido algo novo para ser visto pelo público!

Cláudio Sena · 10 de setembro de 2023 às 08:03

Muito bom essas histórias de remador, valeu Seara.

Rosane · 10 de setembro de 2023 às 15:51

Excelente reflexão!!! Soltar as amarras , sair da zona de conforto, mesmo que não seja confortável é mais difícil!!! Mas a vida é feita de escolhas….

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