O dorso da esfera

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

O grupo de WhatsApp levantou algumas lebres nesta semana e eu não poderia perder esta excelente oportunidade para me preparar para uma análise mais aprofundada sobre o Remo Costal, Costeiro, de Praia, de Mar ou Oceânico como sugerido na enquete.

Quem não muda de opinião, pode indicar que não tenha uma. O debate inicial no grupo se deu pela própria denominação da modalidade. Nossa mania de utilizar palavras em inglês, na expectativa de embelezar ou engrandecer algo, acaba nos colocando em situação que o nosso idioma, o português, não aceita de bom tom. Dizem os filólogos que o idioma é uma língua viva, se adaptando às vontades de quem o utiliza.

O Coastal Rowing deveria se chamar Remo Costeiro, mas no inglesamento brasileirístico, virou Remo Costal. Eric Menezes, profissional do jornalismo, alerta que costal se refere a dorsal, da parte de trás, soando estranho. No início eu preferi costeiro, hoje penso que Remo de Praia seja mais a nossa cara brasileira.

Aqueles que não concordam com praia, porque remete a litoral, rio também tem praia, assim como lagos e lagoas, represas e açudes, muitas vezes com areias brancas como as dunas em Santa Catarina.

Os números da enquete realizada no Whats e no Instagram, sustentam a minha tese com mais de sessenta por cento da preferência por Remo de Praia, o que me conforta ao saber que tem mais loucos que pensam de forma similar.

O debate em torno do batismo brasileiro, veio à tona devido as especulações de que a modalidade se tornaria olímpica, confirmada na sexta-feira treze. Para os supersticiosos de plantão, um mau agouro para o sorumbático remo olímpico, agora promovido a remo clássico.

O nascimento de um neto deve ser comemorado junto aos filhos, sob a ótica das novas possibilidades que esta criança traz, inclusive a de perpetuar a história da família que acolhe o rebento.

Os avós podem pensar que terão pouco tempo para paparicar esta criatura que encanta a todos, derrete até mesmo os mais durões, e em função deste curto período, entrar em depressão, trocando tempo útil por preocupação fútil.

Este neto que chegou, filho do Remo, merece todo o nosso carinho e respeito. Os mais tresloucados o enxergam como o salvador da lavoura ressecada pelo sol e da falta de adubo que nossa mente calcificada pelo tempo, não permite se ampliar.

A ala dos desesperados pensa que o Coastal é o Solozzo que chega com seus negócios funestos, desrespeitando as regras veladas, assinadas com tinta vermelha nos pergaminhos invisíveis.

Estes meus devaneios me fazem pensar e rir com minhas próprias loucuras, mas ao mesmo tempo me permitem montar uma matriz S.W.O.T, em inglês, Forças e Fraquezas, Oportunidades e Ameaças para o Remo de Praia, que tentarei apresentar ao vivo no canal do YouTube às 20h, na terça-feira, dia 17 de outubro, servindo de base para uma mesa redonda futura, na tela retangular, sobre as oportunidades que esta modalidade pode trazer, ou não, para o Remo Clássico. Quem tiver interesse em participar, basta se manifestar de preferência durante a LIVE.

Dedico esta crônica a toda a equipe da seleção brasileira que embarca para o Chile neste domingo, dia 15, para os Jogos Panamericanos. Bora torcer Brasil.


4 comentário

Renato Lisbôa Müller · 14 de outubro de 2023 às 23:53

Boa sorte Roque! Boa sorte Brasil!

    historiasderemador · 15 de outubro de 2023 às 07:36

    Estive no aeroporto hoje cedo, e o abraço foi dado, antes de ler este comentário

Carlos Eduardo Santiago Bede · 15 de outubro de 2023 às 09:14

Não vejo necessidade de sofrer por antecipação. Sempre adaptamos com o tempo às palavras aos gosto da língua materna, sejam de origem que forem, e elas ainda perdem o seu sentido e criamos novos verbetes. O cerro ou não, seria um consenso. E prefiro o costal, relativo a costa, como o litoral. Pois ainda falamos a expressão: as belas praias da costa brasileira, e se por continente fosse um corpo, seria as costas, e não o costeiro, pois o país tem lá sim os seus lados… que nem pão… risos…

    historiasderemador · 15 de outubro de 2023 às 10:10

    Em Florianópolis existe o bairro da Costeira do Pirajubaé, conhecido somente como Costeira. Era muito bom remar lá, desde que não fosse vento Nordeste forte, ou pior ainda, do quadrante Sul.

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