Remando a favor do tempo

Publicado por historiasderemador em

Brasileiro Master 2023

Por Cesar Seara Neto

Mais um domingo desperto cedo, não sei se devido a miados famintos ou à necessidade de micção. Coisas de velho após um sábado com pizza e chopp na presença de amigos. O que há de melhor no mundo é conhecer pessoas.

Aproveitando o mês de novembro, sempre é bom deixar o orgulho de lado e visitar um médico, mesmo que se tenha a vaidade invadida.

Eu vi cenas, relatos, imagens do Campeonato Brasileiro de Remo Master 2023 em Brasília, e fiquei com inveja de NÃO ter ido. Não venham me dizer que ela é boa. Segundo a sabedoria popular, a inveja é uma M…

Trezentos atletas inscritos, tantos clubes, inúmeras provas. Nomes reconhecidos, outros nem tanto. Alguns já estiveram no Canal contando suas Histórias de Remador que medalhas não contam, cito apenas uma representante, Ana Helena Puccetti do Corinthians. Quem quiser saber quem são os outros, terá que acessar o canal e assistir às playlists LIVE 2020, 21, 22 e 23. É lógico que eu recomendo.

A minha desistência de viajar, se deve ao simples fato de eu ser prestador de serviços de engenharia civil e segurança do trabalho. Meus clientes são a minha preferência, são eles que ditam a minha agenda, afinal, são eles que compram e pagam minhas estadias, por enquanto.

O que me encantou e aumentou minha frustração, foram as provas sendo transmitidas em um telão, proporcionando ao público, imagens em tempo real de drone ao longo de todas as provas.

Aqui dou os parabéns a Confederação Brasileira de Remo e a Federação de Brasília, pela organização deste evento, muitas pessoas que participaram, elogiaram a competição.

Eu fico pensando porque os eventos de Remo Master são tão frequentados e porque tanta gente pratica. Cada um que viaja, arca com suas despesas de inscrição, aluguel de barcos, remos, estadia, translado e alimentação.

Não tenho o número de praticantes que iniciou o esporte já como Master, ou seja, a partir dos vinte e sete anos de idade, tampouco os que haviam sido atletas júnior ou sênior, mas arrisco um chute que pelo menos um terço começou já na fase madura.

Esta é mais uma variável ou condição de contorno à equação que procuro criar, a fim de montar um modelo matemático que possa responder aos nossos anseios para captação de novos atletas, aqui me refiro à juventude.

Vi muitos nomes compondo guarnições mistas, e até atletas federados por um clube, vestindo o uniforme de seus rivais, mostrando a beleza que o esporte pode proporcionar.

Também vi muitos atletas de clubes onde seria possível correr pelas suas cores, mas por facilidade de logística de barcos, acabaram deixando de inscrever seus clubes de origem.

A reunião da Confederação com os presidentes das Federações foi muito produtiva, o que de certa forma, facilitou a participação de muitos destes, inclusive trazendo a medalha dourada nas suas bagagens. Dali recebi a grata notícia sobre o ano de 2024, quando o Campeonato Brasileiro de Master e Copa Sul-Sudeste, serão realizados no mês de junho aqui no Rio Grande do Sul, organizados pela Federação mais antiga do país, a REMOSUL. Teremos muitas transmissões ao vivo!

Como sempre procuro através destas linhas, nos instigar a pensar em como ampliar o alcance deste esporte tão belo, aqueles que ainda não tiveram o privilégio de praticá-lo, ou apenas assisti-lo.

Dedico esta crônica ao Nilton Alonso, o Gauchinho, que deixou estas águas neste plano terreno, para remar lá no céu. Não tive o prazer de conviver com ele, mas a unanimidade de depoimentos em relação ao seu legado no Remo, me autoriza a citá-lo como um marco importante no nosso esporte.

Meu pai conta que num Campeonato Mundial na Bélgica, quando Gauchinho timoneava o célebre Dois Com de Ângelo Roso e Valter Hime, sofria com uma dor de dente. O dentista de plantão local, não conseguindo resolver o problema, transferiu a responsabilidade ao também saudoso Zé Carvalho, além de um grande técnico, um dentista de mão cheia, conseguindo trazer o pitoresco sorriso do nosso timoneiro campeão de volta.


8 comentário

antonio lanfredi · 5 de novembro de 2023 às 21:43

Muito legal o reconhecimento ao Gauchinho, mesmo após sua mudança de plano. E pelos registro do campeonato ocorrido em Brasília. Depois de tantos relatos bacanas bate uma pergunta “Porque não participei dessa aventura!!!”

Elisabeth de Araujo Ferreira · 6 de novembro de 2023 às 06:10

Vou remar até qd Deus quiser

Acácio · 6 de novembro de 2023 às 06:57

Tuas crônicas, Seara, sempre induzem a lindas reflexões.

Andre Baracuhy · 6 de novembro de 2023 às 13:57

Show Neto, tuas crônicas são muito boas e o Gauchinho era muito bom no timão , lembrança mais que justa, abraço.

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