De janeiro a janeiro
Remadores Master do GPA retornando do treino, se encontraram com remadores do União no local chamado Volta dos Cachorros. Quem não sabe onde fica, é muito simples, basta contornar remando a Ilha dos Marinheiros, quando uma sinfonia de latidos dominar a cena, ali é o local.
Entre saudações e chamadas de ordem sobre qual a mão os barcos deveriam estar, fui provocado por V.V. para uma resenha: Todos na contramão. Não posso afirmar quem estava certo, pois eu fazia parte do imbróglio festivo que se tornou o encontro, porém, posso afirmar que as Remadoras Rosa do Brasil, estão na mão certa.
Sobreviventes do câncer de mama, se reúnem por uma causa nobre, a vida. Já tive o privilégio de conversar no canal do YouTube por duas vezes com Cleusa Alonso, revisora deste texto, a principal brasileira que trouxe a salutar prática do Dragon Boat para o país.
Residente na Argentina, lá conheceu o estudo realizado pelo médico canadense, Dr. Mackenzie, sobre os benefícios que a remada neste barco produz. O dragon é uma tradição na China e a utilização dele no tratamento das sobreviventes ao câncer de mama foi comprovado cientificamente por ele.
Sua pesquisa trata de inúmeros pontos, não somente dos benefícios musculares e físicos, mas também dos aspectos sociais e psicológicos do tratamento nada amistoso porque passam. O barco é composto por vinte e duas pessoas, sendo uma delas a timoneira, outra que comanda o ritmo da remada das demais, através da batida cadenciada no tambor. O dragão na proa do barco é um simbolismo para afugentar os maus espíritos.
O mês delas é o outubro Rosa, onde são vistas, lembradas e aplaudidas por todos, mas é de janeiro a janeiro que elas lutam para que outras mulheres não passem pela mesma situação, levando sua principal mensagem, para que se toquem sobre a importância da prevenção. Quando descoberto numa fase inicial, a chance de sobrevivência é muito maior.
No primeiro fim de semana de outubro, ocorre a Remada Rosa. Neste ano conclamamos TODOS a aderir ao movimento destas heroínas, numa remada conjunta, no mesmo horário em todo e qualquer local do país, onde houver água para se colocar a pá do remo, estaremos conectados pelos corações e pelo YouTube AO VIVO.
A pergunta quase sempre com resposta afirmativa, é uma comprovação da necessidade de enaltecermos e apoiarmos este movimento. Você que está lendo este texto, balançará a cabeça para frente e para trás, lembrando de uma mulher que já teve câncer de mama, próxima ou não.
Ao mesmo tempo que me motivo a escrever estas linhas, lembro de uma prima querida, muito próxima, que já não está mais aqui conosco para contar suas histórias. Penso também nas mulheres solitárias, que nem sempre encontram o devido apoio, e precisam enfrentar a doença e seu tratamento sozinhas e caladas, porque maridos ou companheiros não querem que as pessoas saibam! Este é um dos inúmeros relatos que Cleusa ouve com paciência e resiliência para auxiliar mais uma heroína.
Elas estão chegando aqui em Porto Alegre, digo, estão se organizando, entretanto, precisamos encontrar um clube náutico que as receba de braços abertos, para que possam guardar seu Dragon Boat com segurança e espalhar seus encantos e beleza pelas águas do Guaíba.
Vamos manter contato. Multiplique este movimento. Comenta aqui.
2 comentário
Cleusa · 21 de janeiro de 2024 às 00:16
Obrigada, Cesar por seu apoio e total engajamento em nossa causa. Demonstramos através da canoagem Dragon Boat que existe uma vida ativa, alegre e saudável (apesar de) após o tratamento do câncer de mama. Avanteee
historiasderemador · 21 de janeiro de 2024 às 19:59
Avante