Por Cesar Seara Neto

O dito popular, o importante é competir, fica melhor com a frase trivial que minha avó paterna adicionava: mas o bom é ganhar. Os Jogos Olímpicos se encerraram me proporcionando uma revisão mental de frases soltas e desconexas, remetendo a pensamentos malucos, tal qual a minha pessoa.

Meu saudoso padrinho Dario Garcia quando morou na Espanha para se aperfeiçoar em neurologia, me disse que os espanhóis são imediatistas como nós brasileiros.

Assisti alguns esportes nesses jogos que não costumo, tênis de mesa, skate, vôlei e a belíssima ginástica olímpica. Ver a Rebeca dar piruetas desafiando a lei da gravidade e ligamentos cruzados dos joelhos recompostos, me levaram às lágrimas, mesmo sem saber se ela teria seu desempenho condecorado com ouro.

Aquelas meninas, jovens mulheres tão pequenas em estatura, gigantes em ousadia e técnica, mesmo eu não sendo um expert nesse esporte, fica fácil afirmar, elas são a perfeição. Nem mesmo o recurso que tirou o bronze da norte americana, haverá de tirar o brilho do que simboliza a reverência que ela e Simone Biles fizeram à Rebeca no pódio.

Geninho Amaral mostrou a real beleza dum esporte, ao comentar as façanhas dos atletas do skate. Ele é brasileiro como eu. Torcia para quem representou nosso país, mas as suas expressões que vinham de dentro de sua alma, como OH prolongado, quando alguém, independente de qual país caía ou não completava uma manobra, me deu um clique sobre o que é gostar de um esporte.

As cores do meu clube ou país, são belas e muito importantes, mas só são, graças a beleza dos demais. Esta dinâmica é o que mantém acesa nossa paixão.

Teremos em breve que comparecer às urnas para escolher nossos representantes que governarão os municípios e os vereadores que legislam em nosso favor e fiscalizam esses prefeitos.

Na maioria das cabeças votantes, ao escutar o dilili da urna eletrônica, pensam que o seu ou os nossos problemas estarão resolvidos, bastando aguardar até o próximo sufrágio, para consertar com o voto, o que não deu certo na gestão que se encerrará.

Assim somos nós brasileiros, em relação aos demais esportes olímpicos, que não o futebol ausente nessa edição, sentamos em frente a TV e torcemos com fervor, para que atletas anônimos à maioria da população, desempenhem seu máximo, carregando nas costas, o fardo pesado de uma nação que cobra resultados, mas não os aplaudem, os prestigiam durante todo o período de sua longa preparação.

Paulo Vinícius, técnico de remo do Botafogo, salienta que a parte mais importante de uma competição, é o dia a dia. É nesse espaço de tempo que não tem inicio nem fim, onde o resultado da competição é alcançado. O que acontece no momento da regata, é a consequência de um trabalho bem feito, ou não.

E nós torcedores, somos parte importante nesse processo. Aplaudir o que os atletas fazem, é um alimento tão necessário quanto proteínas e carboidratos. Não basta lançar a semente à terra, antes há que a preparar, depois irriga-la e cuida-la, para que os frutos cheguem, somente após o florescimento.