Então é natal

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

Hoje talvez seja o último dia útil do ano para mim. Não posso afirmar se terei que prestar serviços para algum cliente, antes do calendário indicar dois mil e vinte e cinco. Minha cabeça e coração já estão em Florianópolis, ansioso para rever minha irmã que lá chegou e os demais que vivem lá.

Assim como uma remada é um ciclo, esse ritual é sempre o mesmo, entretanto, temos antecipado a ceia de Natal, para um almoço. Com o passar do tempo valorizamos mais dormir cedo, assim meus pais octogenários aproveitam mais o encontro.

Então é Natal, e o que você fez, pergunta John Lennon na sua canção. Fiquei a procurar dentro do meu coração, memórias deste ano, e senti um certo vazio, apenas uma regata em Porto Alegre, onde estive apenas transmitindo as provas. Pouco tempo depois, as enchentes entraram nas garagens de remo e bagunçaram tudo. O Brasileiro de Master que aconteceria aqui, foi transferido de última hora, as pressas, para São Paulo, onde lá estive para fazer a transmissão das Regatas. Graças ao patrocinador da passagem e a Grippen Drone, imagens belíssimas foram compartilhadas pelo mundo todo no canal do YouTube.

Tenho que jogar confete em mim, consegui com muito custo, comprar a câmera digital com zoom poderoso, mas minha inexperiência comprometeu sua utilização no Master em São Paulo, uma lástima.

Estive em Floripa para mais uma transmissão com a presença maciça da canoa polinésia na competição, e aprendi que era necessário um tripé apropriado, bem como microfones e interface de áudio, adquiridos a tempo para o Festival de Dragon Boat em Brasília. A viagem com o Bedê da Remar.Sul e abraçar a Cleusa Alonso, foram sensacionais.

Para encerrar o ano, o Campeonato de Beach Sprint em Jurerê, e com a devida benção da Magali, presidente da CBR, eu com um pouco mais de tarimba, fiz a transmissão de um dia de quartas de final, com o vento nordeste soprando forte. O ponto alto para mim, foi a locução do Gibran, que enfim conseguimos fazer um trabalho juntos, mesmo que não tenha sido planejado, foi muito bom. Ainda preciso aprender muito e me equipar melhor atrás das lentes.

Neste ano, eu me dediquei mais aos textos semanais, escritos pelo coração, tentando cativar as pessoas que ainda não conhecem o mais belo e completo esporte de todos. Fiz algumas resenhas sobre competições, a transmissão ao vivo da Primeira Remada Rosa das meninas do Dragon Boat e alguns bate-papos me deram alegria e prazer ao compartilhar.

Ao encerrar esse relato de alguém ainda com o coração vazio, dois meses após a irreparável perda da equipe de Pelotas, fico com a sensação de ter feito pouco, e sim, sempre será pouco, tudo o que eu fizer, diante do tamanho e beleza desse esporte que não me canso de elogiar, o Remo.

Lembrando o que a Vó Tuna me dizia, Papai Noel existe, todos os dias.

FELIZ NATAL.

Créditos foto: Jonathas Cardoso

Desenho da Duda, aluna da escolinha do Martinelli, que me fez chorar
Presente da Duda para o meu irmão Du, professor da escolinha do Martinelli. Me fez chorar.

Categorias: Crônicas

12 comentário

Renato Gaertner · 20 de dezembro de 2024 às 17:07

Ho Ho Ho … Feliz Natal !!!

RemarSul · 20 de dezembro de 2024 às 17:23

As recordações são boas pois mostram temos vários momentos para relembrar. Mesmo os que nos dão saudades das emoções de vida, de trabalho, esforço e dedicação. São os 400 lugares com as 400 pessoas que somente sabemos quem são, quando estamos lá no local, e conhecemos aquela pessoa. História sempre teremos. Mesmo elas sendo de remadores.

Feliz 2025

Carlos Bedê · 20 de dezembro de 2024 às 17:29

Minha melhor retrospectiva deste ano foi uma viagem no tempo. Como bom desenhista, voltei ao lápis, aos riscos, quadrados e círculos. 15 minutos e o equilíbrio já voltou. Mas foi desenhando, que me lembrei do concurso de crônicas, e claro de como nos conhecemos. Ainda falta a outra parte da dupla familiar, e o restante dos filhos felinos. Desejo a você, a Gika, teus pais e irmãos um bom Natal. E 2025 vai ter suas histórias para contar

Dilermando Cattaneo · 20 de dezembro de 2024 às 17:36

Belas palavras, amigo Seara. Com certeza, foi o pior ano da história do remo gaúcho.
Mas, tal como numa regata, por mais que a sensação lá pelas metade da prova seja de que não vamos aguentar, conseguimos tirar forças sabe-de lá de onde para seguirmos até o final. Mesmo sem a vitória, o importante é termos a sensação de que fizemos o que pudemos, e que na próxima estaremos mais preparados.
Grande abraço e parabéns pelo belo trabalho de sempre.

Cesar Seara · 20 de dezembro de 2024 às 19:03

A Vó Tuna, uma personagem inesquecível, é mãe do Cesar Seara (Pai), que nos ensinou como viver a vida!!!!

Cláudia · 22 de dezembro de 2024 às 19:42

Gostei muito

Felipe Schena Cardoso · 23 de dezembro de 2024 às 11:37

Feliz natal Seara e a toda comunidade Histórias de Remador, desejo muitas remadas a todos!

Deixe uma resposta

Espaço reservado para avatar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BRPortuguese