Ano novo, vida nova… será?
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Por Jossiano Leal
Entramos no ano de 2025 com uma série de dúvidas e incertezas no esporte que tanto amamos aqui no estado mais meridional do país.
Depois de um 2024 trágico, onde mais uma vez só tivemos uma etapa do campeonato estadual (a outra vez foi em 2020, quando a pandemia foi decretada logo depois da primeira etapa), o que gerou grande prejuízo para a federação, que também deixou de receber o Brasileiro Master, a Copa Sul/Sudeste e o CBI de Jovens Talentos.
Deixar de organizar as regatas foi o de menos, perto do que aconteceu com os clubes, cujas sedes foram submersas e diversos equipamentos danificados ou perdidos, e com muitos remadores, que tiveram suas casas alagadas na enchente de maio.
O show tem que continuar, já dizia o clássico samba composto por Arlindo Cruz, e mesmo com tudo que aconteceu no estado, nossos atletas foram e representaram bem o nosso estado no CBI em São Paulo. Mais uma tragédia, com nossos amigos do Centro Português de Pelotas.
Aqui entra uma coisa muito chata, que eu já cansei de expressar pessoalmente e nas redes sociais, a busca da imprensa por tragédia. O remo gaúcho só foi notícia em 2024 por conta das tragédias. Ninguém mostra nossos campeonatos, nossas conquistas em âmbito nacional e internacional. Mas quando fomos afetados por acontecimentos trágicos, a mídia se voltou para nós – e logo em seguida, sumiu, na busca de novas tragédias para mostrar.
E sem mídia, fica mais difícil apoio, patrocínio e a captação de novos atletas. Quem não é visto, não é lembrado.
E aí que rolam as dúvidas e incertezas citadas lá no primeiro parágrafo deste texto.
Com os clubes ainda se reconstruindo, com gente que por vários motivos acabou largando o esporte, sem apoio ou patrocínio, o que podemos esperar do remo gaúcho em 2025?
Parafraseando o slogan do governo federal, devemos nos juntar para elevar o remo gaúcho ao nível que merece, com união e reconstrução.
Pensamento positivo e colaboração de todos para tudo dar certo. E vai dar certo, tudo o que o ano passado não teve como, e muito mais.
Que “união” não seja apenas um substantivo feminino, o nome de um dos nossos grande clubes e nem uma marca de açúcar, mas uma realidade para o remo gaúcho neste ano que inicia.
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10 comentário
Acácio · 4 de janeiro de 2025 às 09:51
Realmente o remo não tem, minimamente, o apoio que deveria receber da imprensa. Lamentável!
historiasderemador · 4 de janeiro de 2025 às 09:55
com a ajuda dos amigos, circulando as postagens aqui feitas, teremos mais alcance, mais visibilidade. Contamos com os amigos
RemarSul · 4 de janeiro de 2025 às 10:11
Legal o texto e a análise é atemporal.
Digo: atemporal pois os problemas do remo olímpico sempre surgem quando o foco é outro, mesmo que seja por conta de uma tragédia de grande comoção social.
Atemporal eu digo desde a época em que fiz remo, no GPA, por disciplina optativa da UFRGS, nos idos de 80s, também não era destaque.
Mas veja agora temos outros esportes de remo, e isso inclusive é uma prática inclusiva no estadual catarinense. Va’a Remo, em geral 2a e 4a etapas, ficam reluzentes os ânimos, a orla enche de gente, tem participação social.
A Volta à Ilha de Vitória,ES; inaugurou a canoa, o sup e o remo de praia, já na sua 1a etapa. A Volta à Ilha de Porto Belo teve canoa havaiana, sup e surfski… e apesar da chuva na 2a etapa, foi um dia de grande evento…
Será que não está mais do que na hora de juntar as regatas com outros esportes. Vamos falar do clube de Caxias, o ACEN, que agora até Dragon Boat tem.
O Aloha Spirit, RJ, juntou o paddle e a canoagem de velocidade.
Vamos falar de modelos, e talvez 2025 seja um paradigma para pensar que o melhor seria concentrar vários esforços, clubes, federações, associações em um grande evento. Cada qual com sua “pérola” … talvez, comungar os esportes de remo em circuitos diferentes traga os holofotes.
Porque Estaduais específicos de uma categoria? Porque não juntar várias categorias com circuitos especiais dentro de um evento, mas sendo regionalizados…
Ah! Sim, com certeza dará trabalho…
O remo somente vai crescer se começar a jogar junto com outras categorias. Está na hora de romper a casca ou concha de ostra
historiasderemador · 6 de janeiro de 2025 às 18:05
Esse teu comentário poderia virar uma crônica. Acredito que o correto é DEVERIA, virar uma crônica. Para os dias 14 e 21 já temos autores, mas para o dia 28 está em aberto. Desafio aceito?
Joaquim Ameba · 5 de janeiro de 2025 às 09:06
Teu pensamento conciliador e muito bem descrito faz uma avaliação perfeita do que pode ser “apoiado” pela mídia que sempre foca matérias em dois pontos: cliente que anuncia pesado e índice de audiência (que tragicamente é para sair sangue, no melhor estilo de apresentador com manchetes de impacto).
Pois que seja mesmo o entendimento de que muitas ideias podem surgir ao abrires os olhos dos que aguardam apenas “boa vontade” de quem deveria investir (privado ou público) em estruturas que dão condições de trazer, não apenas os talentos (que são muitos) e mantê-los nos clubes.
Que leitura instigante e importante neste momento de reconstrução, vindo de ti, o amálgama da união que promoves pelo Histórias de Remador.
historiasderemador · 6 de janeiro de 2025 às 18:03
Realmente, o Jossiano escreveu muito bem! Nos inspira a buscar mais.
Ricardo Diefenthaeler · 5 de janeiro de 2025 às 17:04
Excelente o texto, Jossiano. Contando com pessoas como você e o Seara, nosso esporte vai conseguir superar as tantas dificuldades que se apresentam.
historiasderemador · 6 de janeiro de 2025 às 18:00
Grande Gari! Nós conseguimos mais porque estamos a remar no mesmo barco, ainda que em diferentes pontos do país. Temos que aproveitar esse belo exemplo que é o Jossiano, e enchê-lo de confete!!! Retorno bom, anima quem escreveu, e incentiva mais gente a escrever, e o mais importante, AGIR. Vamos multiplicar esse texto.
Renato Muller · 6 de janeiro de 2025 às 17:50
Ano novo. Vida nova!
De certo modo, é verdade esta afirmação.
Porém, alguns problemas e realidades são velhos, que se repetem há anos. Refiro-me ao fato da imprensa/mídia brasileira, não dar ao nosso esporte, a devida importância que ele merece. Geralmente somos mostrados nos noticiários quando uma tragédia acontece. Somos ignorados e perdemos espaços para assuntos irrelevantes, insignificantes e efêmeros. O remo é um esporte centenário no Brasil, com certeza, deveria ser mostrado com mais frequência e com um viés diferente, incentivando as pessoas para praticá-lo, ao invés de ser pauta, em uma abordagem de tristeza, tragédia ou algo semelhante. Parabéns pela crônica. Meu nome é Renato Müller, fui timoneiro, remador e atualmente sou segundo vice presidente do Clube Náutico Riachuelo, de Florianópolis.
historiasderemador · 6 de janeiro de 2025 às 17:58
Lembrando o que meu pai fala, temos que falar do Remo para os outros, e não para nós mesmos! Temos que aproveitar essas verdades ditas pelo Jossiano, e transformá-las em ações que repercutam em nosso favor. Uma ação simples, é compartilhar esse texto, para os meios de comunicação, para influenciadores, para nossos amigos que não são do Remo e assim por diante. Vamos juntos dar mais visibilidade ao esporte.