Pena livre

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

Interessante quando a história vivida se confunde com o que acontecerá. Ficamos na dúvida se estamos a viver no futuro, ou se são nossas memórias a nos governar. Heráclito dizia que a única coisa que é eterna é a mudança.

Sábado para mim é dia de remo. Começa às cinco da manhã quando acordo, sendo o ponto alto a partir das seis quando o barco entra n’água. O resto do dia é relembrar o que aconteceu e planejar o que acontecerá aqui no portal Histórias de Remador.

Hoje saímos novamente num quádruplo skiff para um treino de remo longo até a entrada do canal do Laje. O rio estava um espelho do início ao fim. Temperatura amena, ideal para manter a pressão das pernas sempre alta. Guarnição comprometida com o barco dá mais vontade ainda de remar. Palmeiras marcando a voga, Purpinho com sua liderança silenciosa na sota-voga. A minha frente na sota-proa Lucas Albatroz, aquele do double anfíbio, melhorando a cada treino, e o velhinho aqui na proa, ruminando pensamentos na caixola, agora transcritos com pena livre.

O barco estava tão bonito que um dos professores nos acompanhou na lancha nos observando até o momento que taquaras travessas brincavam de camaleão, e no mesmo tom cinza do alvorecer nublado, surgiram a frente do bote motorizado sem prévio aviso. Ainda bem que ninguém ouviu o Clé clé clé das taquaras freando a embarcação. Como ninguém precisou de ajuda, o treino seguiu.

Em terra o querido Moacir carregava na mente a lista das necessidades para o próximo galeto, que acontecerá no sábado vinte e quatro de maio do corrente ano, a partir das dezessete horas no GPA, onde será possível apreciar o mais lindo pôr do sol. Tarefas e utensílios já preparados, nomes elencados com seus respectivos pais para cada item da lista.

Durante décadas o Moacir treinava a gurizada e para pagar a conta de luz e água do Clube assava galeto. Cada atleta trazia pai, mãe e algum vizinho. Ninguém consegue afirmar se os eventos eram tão concorridos devido ao tempero que o Moa usa, ou se é o seu espírito sempre positivo que nos aperta sem abraçar, e nos envolve com sua teia invisível.

Eu não sei o que é, apenas afirmo que aguardo ansioso este evento que certamente será um sucesso, contando novamente com os embalos da Banda BRIE ritmados pelas batidas do nosso remador, o querido Pai Vida.

O valor é R$ 60,00 por pessoa. Bebidas a venda no local, chopp, água e refri. Faça o seu PIX até o dia 21 de maio, através da chave CNPJ 02.085.922/0001-74. Depois é mais caro!!! WhatsApp +5551996953104

Categorias: Crônicas

6 comentário

Fabiano Purper · 17 de maio de 2025 às 13:38

Muito bom! 😃😃

Joaquim Ameba · 17 de maio de 2025 às 14:02

Tem foto que olho e fico em dúvida: tu és tu ou és o teu irmão?

Antonio Ricardo Lanfredi · 17 de maio de 2025 às 16:28

Boa Seasa. Os teus “causos” estão cada vez melhores e bem escritos. Abraço!!

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