Por Cesar Seara Neto

Tenho certeza que publicar essa missiva e o nome do seu destinatário sem consultá-lo não me trará aborrecimentos, muito pelo contrário, atingirei meu objetivo a ser apresentado como segue.

O número de pessoas que não conhece o remo, assim como ele é infinitamente maior do que o das que já tiveram contato com o esporte, por isso, minha comunicação deve ser para os outros de fora, e não para nós mesmos, os que já estão dentro.

Seria um ato de egoísmo da minha parte, guardar as benesses que o remo traz para nós. Deixarei de lado bombordo e boreste, proa ou voga, e utilizarei uma linguagem de maior alcance.

Onde você encontra pessoas rindo às quatro e meia da manhã, praticando algo benéfico para sua saúde? A resposta segundo um dos capixabas que sabem tudo, Pedrão, Fabrício Mad ou Marcos B.B., é numa garagem de remo.

À medida que os meus cabelos saíram em debandada da minha cabeça, descobri que sim, é possível um remo sem competição. Desnecessário afirmar que o preparo físico de um remador é algo diferenciado. Segundo Giovanni do Corinthians, o remador é um bichinho obstinado.

Você que ainda não pratica o esporte, ou sequer esteve numa garagem de remo, pode ir, sem compromisso e quem sabe, começar a dar suas remadas por simples diversão e prazer. Aproveite para ter uma visão distinta da cidade onde vive. Dentro d’água ela é muito mais bonita.

Você enfrentará desafios de acordo com a sua imaginação e do tamanho dos seus sonhos. Uma coisa eu garanto, você se divertirá. Impossível não mostrar os dentes tomando um café despretensioso olhando para a água, contando suas histórias de remador, infinitas, incontáveis, uma melhor que a outra.

Termino este texto me apropriando do bordão da melhor repórter infantil @lais_floripa quando anuncia algum local e suas peculiaridades e pergunta:

– Não sabia? Ficou curioso?

Por que este barco está com a ré enfeitada? Seria alguma brincadeira aludindo que o proprietário é pavão? Obs.: Não sei quem é o dono do barco, tampouco quem fez este enfeite.