Uma boia no caminho

Publicado por historiasderemador em

Por Cesar Seara Neto

Eu poderia começar este texto falando da inépcia da administração municipal de Porto Alegre, que ludibriou por mais uma semana cidadãos que pagam impostos e tentam chegar ao Parque Náutico Alberto Bins, mas não o farei. Desperdiçar o meu tempo falando de comportas que não foram reabertas, e principalmente do leitor, é uma sandice ainda maior, pois o que pretendo contar aqui é algo bom, o que tem me movido.

O sorriso de uma criança é uma recompensa muitas vezes espontânea, algo gratuito.

Terminamos o treino de sábado de água espelhada e logo me arrumei para aguardar o retorno dos infantes remadores que saíram para um treino longo, com a câmera ligada, conectada ao notebook novo, transmitindo ao vivo cenas de uma manhã agradável de inverno.

O teste feito em casa na noite anterior com internet cabeada foi um sucesso. Ensaio é uma coisa, o show é outra. Estiquei a extensão. Liguei a câmera, notebook, hub, microfone e o telefone como ancoragem para a internet. Fiz o teste de velocidade, aprovado!

Luto contra o sol que se ergue por trás do Clube e corre inclinado ofuscando meus olhos. O monitor do notebook mostra as duas câmeras conectadas, a direita a webcam mostra o velhinho careca espremendo os olhos por trás dos óculos de leitura. A esquerda, a câmera apontada para o rio mostra a imagem de uma noite escura sem luar. Apertei todos os botões possíveis e até mesmo os que não existem. Desconectei cabos, liguei e desliguei a câmera. Troquei a placa de captura.

Os jovens atletas retornaram, encostaram na rampa, guardaram barcos e remos, e eu agonizando mais uma vez, tentando vencer minha ansiedade e o medo de ir ao vivo sem ter uma imagem digna para mostrar aos espectadores do Canal.

Quando eu já havia perdido a batalha para o tempo e não tendo mais barcos para filmar, relaxei e me conformei. Buda dizia ser o desejo, o causador do sofrimento. Meus olhos se abriram. A frente da lente zoom, uma tampa protetora preta impedia que a luz atingisse o sensor da câmera. A angústia diminuiu, fui ao vivo, mas o display interno da câmera que deveria ficar oculto, apareceu.

Depois de me divertir no Arraial do GPA com as crianças brincando e pulando, voltei para casa e o que vi na TV grande me deixou contente. Imagens fluídas dos carros passando na ponte cerca de quinhentos metros de distância em alta resolução. Acredito que minha luta iniciada em março de 2022 para transmitir regatas ao vivo, começa a ser vencida. Assista e comenta o que você achou da qualidade das imagens.

Categorias: Crônicas

5 comentário

Acácio · 27 de julho de 2025 às 09:36

Parabéns, Seara, por tua dedicação e resiliência em manter ativo o canal!

    historiasderemador · 27 de julho de 2025 às 10:02

    Valeu amigo

      Joaquim Ameba · 27 de julho de 2025 às 11:53

      Como no Remo, o aprendizado com tecnologia é diário, cheio de dúvidas e angústias que uma tampa esquecida pode causar.
      Não existe fotógrafo experiente que não tenha duvidado do próprio conhecimento quando passou por isso algumas vezes, quase sempre por pressa.
      Tem quem acorde cedo para chegar atrasado com calma. Paciência sempre ajuda mais que atrapalha.
      Parabéns pela meta alcançada. És o melhor!

ROBERTO MULBERT · 27 de julho de 2025 às 10:18

Seara, sempre em frente com a determinação de um remador dedicado.
Jamais desista meu parceiro
Grande abraço

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