Quando muito, ainda é pouco
Final de semana é bom, num clube de Remo é melhor, em dia de Regata, a glória total. Acordar cedo é o nosso costume, num dia de competição é a nossa vontade. Muitas atividades a serem realizadas, uniformes, remos, barcos, horários, comissão de verificação de atletas, e claro, a resenha antes das provas.
Para mim, existe algo mais, a transmissão da regata. Como é difícil enquadrar as imagens através de um telefone celular com parcos recursos de zoom, para que os espectadores tenham a mesma sensação, como se presentes estivessem.
O Remo aguça o nosso senso competitivo querendo ou não, pois o principal objetivo de uma guarnição é andar mais rápido. Esta tentativa inglória para se aproximar da perfeição, podemos comparar a uma parábola quando a distância a ser percorrida até um ponto, é dividida pela metade infinitas vezes. Haverá um momento que esta distância será tão pequena que chegamos ao limite do que é possível imaginar. Porém ainda falta aquela infinitésima metade até chegar ao ponto.
Assim são os remadores, criaturas inquietas que nunca estão contentes com seus resultados. Mesmo que festejem uma vitória, carregam uma dúvida velada se auto questionando se o melhor que deram, foi o suficiente para superar seu último desempenho.
Não ter vaidades é a maior delas, já dizia Nietzsche, louco para muitos, inatingível para nós, membros da grande maioria.
A REMOSUL dentro da sua pluralidade de gestão agraciou alguns voluntários empreendedores com a homenagem Amigos do Remo Gaúcho 2023, simbolizada com uma medalha. Eu estava ao lado de outros loucos apaixonados nesta premiação que me encheu de orgulho e alegria, mas ao mesmo tempo provocou um flash de eventos na minha cabeça.
Talvez o vento sul que chegou com força total antes do esperado, revolvendo as águas do Guaíba, trazendo os carneirinhos às cristas das ondas, tenham me feito refletir as escalas de grandeza, em primeiro a Natureza, e depois o Remo com todo o seu gigantismo e beleza, por último, nós protagonistas, coadjuvantes e diretores da cena do esporte.
Meu trabalho de jornalista foi elogiado por um amigo do GPA, mas reitero que minha formação é na área de engenharia, sendo assim, me auto intitulo um torcedor multi-midiático, tentando expressar a minha paixão pela grandiosidade do Remo, para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver, viver ou praticar o esporte.
Lógico que a minha vaidade é o que move a caneta sobre o papel que recebe estas linhas, fazendo meu coração pulsar ainda mais forte, mas ao rever o que fiz pelo esporte, afirmo que já foi muito, mas ainda é pouco ante sua imensidão. Sei que existem inúmeras pessoas mais qualificadas e apaixonadas do que eu, espero que ao lerem este texto, exprimam suas emoções de alguma forma, ao ponto de atrair mais gente ao esporte, do que eu consigo.
Obrigado pela homenagem.
Obrigado pela medalha.
Dedico esta crônica, a todos que me incentivam e fazem o Remo melhor.
4 comentário
Werner Günther Höher · 12 de novembro de 2023 às 21:38
Parabéns amigo do Remo Gaúcho e brasileiro!
Isabel Bet · 13 de novembro de 2023 às 08:43
Ótimo resenha!
Também pensei, no dia da regata, que a natureza é que comanda e nós remadores somos coadjuvantes nesta jornada. O importante é a gente se divertir. Grande abraço Seara.
historiasderemador · 13 de novembro de 2023 às 18:22
Tamu junto Bel
historiasderemador · 13 de novembro de 2023 às 18:22
Estamos juntos presidente