Por Cesar Seara Neto

Já não é mais possível chegar aos clubes de Remo em Florianópolis, descendo a ladeira íngreme da Rita Maria, pelo menos de carro. O acesso só se dá para quem vem da Avenida Beira Mar Norte, passando sob a majestosa Ponte Hercílio Luz. Para quem descia essa ladeira de bicicleta, sem se preocupar em frear, hoje já não é mais possível sentir a adrenalina correndo nas veias, o trânsito nesse local é muito grande.

As eliminatórias da terceira etapa do Campeonato Catarinense de Remo começaram no sábado, excelente dia para se colocar em prática os testes da transmissão ao vivo com a câmera nova e a potente lente zoom. Cedo despertei e resolvi fazer um caminho mais plano, partindo da Avenida Hercílio Luz, passando pelo Parque Dona Tilinha, relembrando minha infância, indo em direção a Avenida Trompowski, chegando a Beira Mar Norte pela Gama D’Eça.

Uma brisa do norte trazia uma sensação de frio, não sentida por saudáveis corredores e pedestres que se exercitavam num dos palcos mais concorridos da Ilha. A manhã nublada rapidamente se aqueceu com ânimos aflorados dos dirigentes organizadores da Regata, buscando as melhores soluções que mais uma vez foi um show.

Minha preocupação em capturar as melhores imagens ao vivo, aproximando os espectadores dos atletas, usando a tecnologia ao meu favor, acabou me revelando o que antes era falta de zoom, na chegada das provas, se transformou em excesso. A aproximação foi tanta que tive dificuldades para enquadrar os barcos na tela, reproduzida do notebook.

Eu já sabia que o tripé para fotos cedido pela minha cunhada Renata, seria mais uma variável a ser considerada no sistema de equações, cada vez mais complexo, antes linear, agora quase composto por equações diferenciais e suas condições de contorno, engenheiros entenderão.

A sensibilidade causada pela aproximação, foi resolvida no domingo, graças a gentileza do DJ Anderson do Floripa Foto, que me cedeu um tripé com cabeça fluída, transformando os sacolejos de uma montanha russa, numa agradável viagem de um transatlântico em mar de almirante.

Todos esses entraves que vendo sendo resolvidos há tanto tempo, são um tempero especial adicionado ao evento que contou com a presença maciça do pessoal do VA’A, que colorem as águas e a torcida por onde passam, irradiando alegria, confraternização e muita, muita disputa.

Eu não sei de onde vem tanta magia, tanto misticismo, mas essa turma que sobe na canoa e crava a pá na água, faz a diferença, abrilhantando os nossos olhos e enchem nossos corações de alegria e esperança.

Foi um final de semana muito agitado, muita correria, expectativa e horas dedicadas a criação de lâminas apresentadas antes das provas com as fotos, nomes e os logos dos clubes. Transmitir a prova do Oito júnior com os quatro clubes disputando, lado a lado, me deixaram emocionado. Dormi muito pouco, mas se for para ouvir os relatos de agradecimento ao meu trabalho, e ganhar uma pulseira feita pela pequena Laís, farei tudo isso e muito mais novamente, afinal, o esporte é muito maior do que nós e nossas limitações.

Créditos Joaquim Ameba

FELIZ DIA DOS PAIS.