Por Thiago Moreno

O barulho dos remos cortando a água, o sol nascendo sobre o rio Potengi, a brisa leve anunciando mais um dia de treino. Para muitos, era apenas um cenário de Natal. Para Geraldo Belo Moreno, era a própria vida.

Não se pode falar do remo potiguar sem mencionar seu nome. Como atleta, foi um gigante. Como técnico, talvez o maior que o estado já teve. Mas Geraldo não era só um homem de títulos e vitórias. Ele era a alma do esporte, um apaixonado pelo Sport Club de Natal, embora em uma temporada tenha defendido o Centro Náutico Potengy – e, ironicamente, vencido o próprio Sport.

Quem frequentava a garagem do clube sabia: a qualquer hora, fosse às cinco da manhã ou às quatro da tarde, lá estaria ele. Com um olhar atento, um conselho firme, a paciência de quem sabia que o remo era mais do que força e técnica – era disciplina, resiliência, caráter.

Os remadores que passaram por suas mãos não aprenderam apenas a vencer regatas. Aprenderam a vencer na vida. Porque para Geraldo, remar não era só conduzir um barco pela água. Era enfrentar correntezas, manter o ritmo, respeitar a maré.

O tempo pode passar, os clubes podem mudar, mas no espelho das águas do Potengi, sempre haverá um reflexo de sua história. Afinal, lendas como Geraldo Belo Moreno não se apagam – elas seguem remando na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.