Por Cesar Seara Neto

Os acontecimentos ocorridos conosco ou nossos sentimentos, nem sempre são conhecidos pelos outros. Muitas vezes nosso mundinho individual, somente a nós pertence.

Quando comecei a contar e externar estas Histórias de Remador, sempre procurei escrever e contá-las na primeira pessoa do plural, acreditando assim, demonstrar impessoalidade às Histórias e principalmente ao portal, o meio que as comunicam, atraindo mais voluntários para contar ou dividir conosco as suas histórias.

Que erro crasso eu cometi, e ainda cometo.

Seguindo os conselhos da minha cunhada Renata, autora do nosso logo, pessoa altamente culta e sábia, decidi me libertar da imparcialidade e assumir as minhas crônicas e relatos, de acordo com a minha visão, sentimentos, emoções e sobretudo, minha ironia. Afinal, alguém com quase cinquenta e sete anos de idade, deve ser responsável por aquilo que escreve ou fala.

Esta abertura da crônica dominical, ficou muito extensa, mas serve para dizer que os acontecimentos nem sempre acontecem de forma linear em nossas vidas, e as emoções decorrentes deles provocadas em nós, nem sempre são percebidas pelos outros, ou sequer contadas por nós.

Quinta-feira tivemos um bate papo com Raquel e sua filha Helena, muito divertido e agradável. Na verdade, este papo iniciou no ano de dois mil e vinte, no auge da pandemia, de forma virtual, quando Raquel foi levar Helena para iniciação no Remo, no Clube Náutico América em Blumenau.

De alguma forma, ela teve contato com nosso perfil e entendeu o propósito das histórias que medalhas não são capazes de contar. Uma amizade sincera iniciou, aproximando nossas famílias.

Passei a maior parte do tempo me divertindo ao observar qual das meninas estava mais eufórica para contar sua história individual no Remo, mas que se confunde uma com a da outra, resultando no mote de nossa conversa, o Quatro Sem Timoneiro, o barco do opa[1], remado numa das provas do Campeonato Catarinense.

Abaixo segue o link do vídeo, onde poderão se divertir muito.

Ontem, sábado, 28/05/2022, acordei esperançoso de que a previsão de pequena precipitação de chuva e vento fraco do quadrante Sul para Porto Alegre, RS não ocorressem. A esperança se tornou realidade.

Ainda que eu não seja uma partícula explicada pela Física Quântica, sendo capaz de estar em dois locais distintos ao mesmo tempo, ousei fazê-lo, e o fiz.

Minha ousadia foi transmitir ao vivo a 1ª Etapa do Circuito de Velocidade promovida pela REMOSUL, e remar na prova do Quatro Sem Timoneiro, categoria MASTER “E”, ao mesmo tempo, e para tal, contamos mais uma vez com nossa assistente de bastidores e palco, Gica.

Aqui mais outro ponto alto desta semana, foi assistir em casa, na tela grande da TV, através do nosso Canal do YouTube, a prova que corri com Donádio, Paulo Rigatto e pela primeira vez com nosso Coach, João Carlos Gonçalves, além de um grande técnico, Remador com “R” maiúsculo. Na guarnição adversária, Marcelus Marsilli, o Kabeça outro grande remador, além do meu eterno algoz, Mário Dias, Arlindo e Nico.

A prova foi fantástica, disputada da primeira até a última remada, mas a transmissão feita por ela, foi indescritível. Não me refiro a qualidade técnica, um milagre feito com um aparelho de telefone com pouquíssimos recursos, preso por uma garra fabricada no Haiti e um tripé para máquinas fotográficas.

O que me refiro é a sua vibração que veio de dentro de sua alma, passando toda sua energia, toda sua torcida, ao vivo, sem limites, imparcialidades ou censura, característica típica do que ela tem de melhor, sua sinceridade.

Além da nossa vitória dentro d’água, o que mais me deixou feliz, foi saber que de alguma forma invisível, intangível ou palpável, talvez por osmose, minha paixão inexplicável por este esporte, foi absorvida por ela, facilmente percebida quando vemos as cenas gravadas nos momentos que ela externa em volume máximo, toda sua paixão pelo Remo e seu clube GPA.

Assistam e comentem o que acharam deste trecho.

https://youtube.com/clip/UgkxU_IdqZ8y1YoVy6PNzUu5EAoNo9NVqq9t

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[1] Opa é como os alemães chamam de forma carinhosa o avô.