Por que?
Por: Tcharles Besing
Hoje eu resolvi contar a história desse dia. Vai muito além do que a legenda que escrevi, na época. A verdade é que eu já descobri muitas coisas na vida fazendo perguntas, principalmente quando ninguém está por perto.
Entrei no mar às 5 horas para remar. Estava frio, escuro e o mar turbulento. Olhava para um lado e para o outro e não via nada. Só luzes ao longe, e ouvia o barulho da água.
Nesse dia eu tinha acordado pensativo, me questionava: por que certas coisas são da forma que são?
Só estava eu e Deus, na imensidão de um oceano. Eu continuava remando e tentando me conectar com aquele momento, apesar dos pensamentos estarem enchendo a mente e tirando o foco.
O dia começou a clarear, os pássaros a cantar e pude me desvencilhar daquele turbilhão. Decidi remar até a Ilha das Cabras em Balneário Camboriú. Era como se Deus tivesse feito as águas me levarem até lá.
Ao contrário de poucos minutos antes, passei a agradecer pelo meu dia, por estar ali, pela minha vida. Mas eu, no fundo, ainda queria respostas. Perguntei o porquê disso ter acontecido comigo, o porquê do acidente.
E aos poucos esses questionamentos foram levados com a maresia. A energia na ilha estava boa. Foi quando chegaram uns pescadores, e eu decidi ir embora. Peguei o caiaque e saí remando, fui em direção à barra sul.
Foi quando vi algo brilhando na minha frente. Nesse momento, você já sabe o que é. Mas tudo aconteceu de uma forma curiosa.
Cheguei perto até o caiaque estar em cima, alcancei a mão e peguei. Vi que era um bonequinho, mas não dei muita bola. Deixei no meu colo e continuei remando. Em certo momento resolvi olhar de novo. Foi quando eu vi os detalhes daquele Pinóquio, o boneco da história que foi criado por Gepeto: chegou ao mundo cheio de curiosidades querendo entender como tudo funcionava. Ele costuma até se meter em enrascadas, por ser assim. E eu me identifico muito com o boneco que ganhou vida.
O jeito curioso e as incansáveis perguntas “Por que? Por que? Por que?” fazem parte de mim. Era justamente isso que eu estava fazendo nessa manhã, quando saí para remar.
O bonequinho não tinha a perna esquerda, igual a mim.
Era como se Deus tivesse me falado “não há motivos para questionar”
Muitas vezes achamos que temos o direito de questionar, mas a verdade é que o controle está nas mãos dele. Tudo fez muito sentido. As minhas respostas foram encontradas, e tudo isso aconteceu no meio do oceano remando.
Como eu disse no começo, eu já descobri muitas coisas na vida fazendo perguntas. Você também já perguntou algo para o alto e se surpreendeu com a resposta?
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4 comentário
Isabela Caroline de Lima · 2 de setembro de 2022 às 06:54
Que linda história, é engraçado como não percebemos que tudo tem seu tempo, e nem sempre existe uma razão, uma explicação, as vezes as coisas acontecem, para nos provar que somos apenas um pequeno grão de areia nesse universo, que tudo que acontece é permissão Jeová, para nos ensinar nos tornar mais humildade e mais dignos, e assim ser salvo pela graça e misericórdia do altíssimo 🙏
Tcharles · 2 de setembro de 2022 às 11:43
🙏🏻 As respostas do pai vem quando nos conectamos,
100% nele.
O mar é um ótimo lugar para essa conexão 🌊🚣♂️
Carlos Eduardo Bedê · 2 de setembro de 2022 às 23:15
A pergunta sempre requer uma resposta. Faz parte da nossa vida buscar as que nos convencem de que realmente são as respostas, as certas, que sem dúvidas respondem nossas perguntas. Enquanto procuramos saber, também descobrimos como somos; e quem somos e queremos ser. Continue perguntando sempre. Pois até neste processo, a busca a remo te levar a outros mares.
FRANCINE EVALDT · 3 de setembro de 2022 às 19:58
Às vezes a remada é mais que especial! Parabéns pelo texto e obrigada por compartilhar conosco.