A prática do Remo

Publicado por historiasderemador em

Por Renato L. Müller

De acordo com o dicionário, a palavra “remo” significa haste de madeira que serve para impulsionar uma embarcação. Além disso, “remo” é um esporte náutico.

A partir disso, é possível afirmar que a prática deste esporte é um hábito saudável e que melhora a qualidade de vida, por parte da pessoa que o pratica. Este esporte pode ser praticado por ambos os sexos, por pessoas de várias idades e pesos diferentes, dividindo as competições em categorias, nivelando as chances de vitória de seus atletas.

Além dos benefícios para a saúde, o remo também tem ações positivas nas questões sociais e psicológicas, pois, é preciso ter e/ou desenvolver aspectos em cada indivíduo. Dentre estes benefícios é possível citar: liderança, comprometimento, disciplina, responsabilidades, determinação, força de vontade, paciência, superação, aprender a trabalhar em equipe, dentre outros.

Porém, nem tudo são flores, ou como se diz, na linguagem deste esporte, “existem marolas”, que atrapalham e dificultam. Por exemplo: ansiedade, stress, cansaço físico e mental, discussões etc.

Mas, na vida de qualquer pessoa, esses problemas existem também e nem por isso, a gente desiste. O desânimo faz parte, mas a desistência não é a melhor opção.

Todo atleta sabe que, remar cansa muito, mas a recompensa é infinitamente maior do que qualquer outra coisa. Conviver com outras pessoas nos faz termos mais empatia, respeito, educação, solidariedade, parceria e cumplicidade.

Treinar diariamente em condições climáticas desfavoráveis, nos faz repensar e dar valor para pequenas coisas cotidianas, como beber água, comer algo, ou simplesmente se deitar e descansar depois de um treino exaustivo. Quando retornamos para a praia e alguém nos ajuda a carregar os remos ou o barco até o clube, aprendemos a dar valor às coisas supostamente simples.

Disputar uma prova, tendo que superar adversários, de outros clubes ou do mesmo clube que você, sempre gera uma ansiedade, mesmo que seu barco seja o grande favorito para vencer. Existem imprevistos, contratempos, surpresas que nem sempre são boas: alguma peça do barco pode quebrar durante o percurso, erros humanos nunca podem ser desconsiderados, além de outros fatores externos.

A vitória é o melhor resultado possível, mas existem vitórias pessoais, que muitas vezes, não são visíveis ao público em geral. Um segundo lugar na prova pode ser tão festivo quanto a primeira colocação. Uma medalha de bronze pode colocar um largo sorriso de um atleta, inclusive fazendo com que o choro de alegria seja inevitável.

Quando a gente se envolve no remo, frequentar o clube é parte de uma rotina dura, mas ao mesmo tempo, o clube acaba sendo uma segunda casa e as pessoas com quem convivemos, se tornam a nossa segunda família. Divergências, chateações, discussões provavelmente ocorrerão de vez em quando, mas isso também pode acontecer no local de trabalho ou na família. Quando isso acontece, temos que resolver a situação da melhor forma possível, para que as rusgas sejam evitadas. É como remar um barco coletivo: se uma remada saiu errada, a gente recomeça e segue em frente, novamente remando junto, em harmonia.

Praticar remo, na minha opinião, é frequentar uma escola, onde passamos boa parte do nosso tempo, aprendendo, convivendo com pessoas e tendo a oportunidade de melhorarmos como pessoa, como ser humano. Quem rema ou já praticou este esporte, entenderá perfeitamente as minhas palavras.

Um dos maiores legados do esporte, diz respeito ao fator social, já que as pessoas das guarnições adversárias, não são inimigas, apenas concorrentes. Só fui aprender esta lição, depois de ser atleta e após eu parar de treinar. Quando lembrava das pessoas com quem convivi, o carinho, a admiração e o respeito ficaram maiores do que eram, na época em que nos enfrentávamos nas regatas. Hoje, muitos dos meus adversários são amigos. Se não temos a convivência rotineira, pelo menos temos uma bela relação de nos sentirmos bem, quando nos encontramos, de falarmos coisas boas, uns dos outros e tudo isso, sendo feito de forma sincera.

A rivalidade não é mais motivo para que haja qualquer sentimento ruim, raiva ou inveja. Aprendemos a competir, a vencer e a perder. Além disso, nossa idade nos dá maturidade e assim, nos tornamos melhores pessoas. Infelizmente, nem todas as pessoas pensam assim, ou se comportam desta maneira; mas a maioria delas, com certeza, hoje se comporta desta forma. E que assim seja!

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3 comentário

Acácio Mund Carreirão · 9 de setembro de 2022 às 18:36

O Zeca Muller é o grande destaque da foto.

Antônio farias filho · 9 de setembro de 2022 às 19:08

Tive o privilégio de conviver com todos daquela foto, ali esta o mais puro DNA Riachuelino!
Roberto Müller o patriarca dessa prole, foi Presidente do Clube muitas vezes!!!

    Antônio farias filho · 9 de setembro de 2022 às 19:11

    O Texto do nosso Escritor Renato Müller é show!!!

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