Sobre o Remo

Publicado por historiasderemador em

Por Renata Ferreira da Costa

Conheci o remo através do Seara Neto, a pessoa vivia falando de remo, ou melhor ele continua falando de remo, e como fala!

Suas histórias, “causos”, invencionices ou não, prendem a atenção, afinal quem não gosta de saber das altas aventuras alheias? É gostoso saber que muitos iniciaram no remo na Rita Maria, deslizando a bunda imitando os movimentos dos remadores nos barcos, como nos mostrou em vídeo o “profe Naco” ou nos contou o “profe Liquinho”, que aliás eu ainda não descobri por que é chamado assim… mas isso é assunto pra outro dia,

Através do Seara Neto e sua paixão pelo remo, descobri que dois brasileiros foram remar no Paraguay em um barco rosa, patrocinado pela cantora Sula Miranda que pelo visto além de ser a rainha dos caminhoneiros deveria ser a musa maior dos remadores.

De tanto ouvir falar da beleza do remo, fui assistir algumas regatas, e após diversos convites resolvi tentar aprender a remar, por que não? A pandemia veio e os planos foram esquecidos ou adiados…sei lá, mas eu fui…

Gente!!! Vocês não imaginam o que foi a minha primeira aula na escolinha de remo, vexame total… bordo, bombordo, estibordo, boreste, pá em faca, proa, voga, sota-voga, alto!!! Minha nossa, o que esse povo tá falando? O que eu estou fazendo no meio dessas pessoas que sabem tudo de esporte? E eu nem nadar sei, tô ferrada, frita com farofa… só não fujo na primeira oportunidade pra não fazer meu amigo e cunhado Seara Neto passar vergonha.

Deletando os fiascos, e as tentativas malsucedidas de “matar” as aulas em que os “profes voluntários” se prontificaram a me ensinar o beabá do esporte, o remo é uma atividade que encanta, seduz e faz a gente se apaixonar…

Cada remada é pura poesia, leveza, paixão e encantamento do remador pelo rio, e a água fluida e volúvel que é, toma forma conforme o carinho que recebe… ao assistirmos um bom remador parece que tudo aquilo é fácil, a pá do remo entra e sai com uma suavidade e leveza incomparáveis, não há esforço para se tornar belo, é uma beleza natural que nos encanta e nos faz querer aprender a remar!

A primeira vez que entrei num Canoe foi meio de improviso, vamos, e fui! Torci o joelho, e dentro do barco no meio do rio eu só pensava: como vou sair daqui? Meu joelho vai estar inchado e doendo e eu nunca mais vou poder fazer atividade física quanto mais dançar até o chão nas festinhas em família!

A “primeira vez” que entrei num Canoe de “maneira racional”, cuidei pra não torcer o joelho, cuidei para não perder os remos, cuidei para não virar o Canoe… sim, eu estava atenta a tudo, e com um plano B no bolso…MENTIRA! fui de louca mesmo que sou, precisava de uma aventura… na verdade essa foi a minha segunda vez… tive que repetir a experiência pra saber se eu tinha gostado ou não! Enquanto tem gente que experimenta drogas, eu experimento desafios: vestibular, falar em público, conhecer novas pessoas, aprender um esporte aos quase sessenta anos tendo sido uma pessoa extremamente sedentária, injeções de adrenalina…

Vale a pena? Pra mim valeu cada minuto dentro do rio, com o olhar focado no horizonte e só sentindo o balançar suave da água entrei em sintonia com o Universo e naqueles breves segundos eu me senti maior que tudo, meus medos, minhas angústias, minhas incertezas, meus problemas ficaram no rio e quando voltei a terra, voltei mais leve, mais feliz e em paz.

Se vou repetir a experiência? É claro que sim, embora eu saiba que aqueles momentos de magia e encantamento não se repetirão, mas a experiência de vencer desafios e ultrapassar meus limites permanecerão a cada remada.


Para quem não sabe, a Renata é a artista que criou o logo das Histórias de Remador.

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Categorias: Concurso 2022

6 comentário

Isadora lima · 21 de setembro de 2022 às 17:12

Parabéns pelo texto! Que continue com essa energia e sempre aberta a novos desafios!

Priscila Brasco · 21 de setembro de 2022 às 21:49

Que texto sensível!!! Parabéns por essa escrita, Renata!

    Ketly · 22 de setembro de 2022 às 09:14

    Que incrível! Parabéns pelo texto

Tamires · 22 de setembro de 2022 às 10:50

Parabéns Renata, continue assim, muito sucesso na tua caminhada, um grande abraço.

Victoria · 22 de setembro de 2022 às 18:59

Parabéns pelo texto! show!

Beatriz Ferreira da Costa · 24 de setembro de 2022 às 10:37

Que um joelho torcido nunca te impeça de continuar brilhando.

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